Conselho da Warner Bros. recomenda que acionistas rejeitem oferta da Paramount
O conselho da Warner Bros. Discovery orientou seus acionistas a rejeitar a proposta de aquisição de US$ 108,4 bilhões apresentada pela Paramount Skydance, informou a empresa nesta quarta-feira (17).
A medida — que fortalece a posição favorável à venda do conglomerado de mídia para a gigante do streaming Netflix — representa mais uma reviravolta na disputa pelos ativos da Warner, que abrangem o tradicional estúdio de cinema e TV e um extenso catálogo audiovisual.
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Em 5 de dezembro, a Netflix anunciou um acordo para adquirir os estúdios de TV e cinema, além da divisão de streaming da Warner, por US$ 72 bilhões. Três dias depois, a Paramount apresentou uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões, colocando pressão sobre o negócio da Netflix. (leia mais abaixo)
🔎 Uma oferta hostil é uma tentativa de aquisição em que uma empresa tenta comprar outra sem o apoio da diretoria ou do conselho da empresa que está sendo alvo. Em vez de negociar "amigavelmente" com os executivos, quem faz a oferta vai direto aos acionistas, normalmente oferecendo um valor atrativo pelas ações para tentar assumir o controle.
O portfólio da Warner inclui clássicos como Casablanca e Citizen Kane, além de franquias e séries de sucesso, como Harry Potter, Friends, a HBO e a plataforma de streaming HBO Max.
Quem vencer a disputa conquistará uma vantagem expressiva na chamada “guerra do streaming”, assegurando um acervo robusto de conteúdos que há tempos desperta interesse para aquisições.
A proposta da Netflix
O valor total do acordo anunciado pela Netflix, caso seja concluído, chegaria a cerca de US$ 82,7 bilhões. Além dos US$ 72 bilhões ofertados aos acionistas da Warner, a gigante do streaming assumiria as dívidas da companhia, o que elevaria o valor total da transação.
Apesar do anúncio — e antes da proposta apresentada pela Paramount —, o acordo de venda ainda precisa ser finalizado e aprovado pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos.
Na prática, caso a compra avance, a Netflix poderia reduzir sua dependência de estúdios externos e fortalecer sua expansão para áreas como games, eventos ao vivo e novos serviços ao consumidor.
Segundo fontes da agência Reuters com conhecimento das negociações, a proposta da Netflix chamou atenção por dois motivos principais:
incluía o compromisso de manter lançamentos de filmes da Warner Bros. Discovery nos cinemas — um movimento relevante para a Netflix, que historicamente tem resistido a priorizar exibições amplas nas salas;
previa o pagamento majoritariamente em dinheiro.
A oferta hostil da Paramount
Poucos dias após o anúncio da Netflix, a Paramount apresentou sua oferta hostil para assumir o controle da Warner Bros. Discovery. O negócio, no entanto, segue um formato diferente do acordo anunciado pela gigante do streaming.
💰 Na proposta, a Paramount ofereceu US$ 30 por ação, em dinheiro — acima do valor implícito de cerca de US$ 28 por ação da oferta da Netflix, calculado a partir do valor total da transação dividido pelo número de ações da companhia. Considerando a compra e a assunção das dívidas, o pacote total da Paramount chega a US$ 108,4 bilhões.
A investida ampliou a disputa e reacendeu a pressão sobre as negociações, que já vinham movimentando executivos de Hollywood, reguladores e autoridades políticas, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde o anúncio do acordo da Netflix.
Além disso, a ofensiva marcou a escalada de uma série de tentativas da Paramount para avançar em uma combinação de negócios com a Warner nos últimos meses.
Desde setembro, o estúdio vem avaliando alternativas para formar um novo conglomerado de mídia capaz de competir com gigantes como a própria Netflix e empresas de tecnologia, como a Apple, que têm ampliado sua presença no setor de entretenimento.FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/12/17/conselho-da-warner-bros-recomenda-que-acionistas-rejeitem-oferta-da-paramount.ghtml