Brasileiros cada vez mais jovens buscam ajuda médica para tratar dor nas costas; veja dicas para evitar problema
03/12/2025
(Foto: Reprodução) Cada vez mais brasileiros procuram atendimento médico por causa de dor nas costas
Jovens de até 19 anos têm procurado cada vez mais atendimento médico com dor nas costas.
É fácil saber onde é o lugar do analista de marketing Pedro Paulo de Oliveira Passos Pereira na empresa de mobilidade na Grande São Paulo. A cadeira diferentona nem é para dar um toque de modernidade:
“É mais por dor, por necessidade mesmo. Eu conversei aqui na empresa, no ambiente de trabalho, eles proporcionaram essa cadeira especial para mim sabendo já que eu mostrei o diagnóstico, tudo que eu tenho da lombalgia, das dores nas costas e de ficar muitas horas sentado em frente ao computador. Ela ajuda a manter a postura”.
Um problema que começou no home office improvisado durante a pandemia.
“Às vezes, eu trabalhava sentado na cama ou na cadeira de casa mesmo e nunca vi a importância de comprar uma cadeira específica para isso”, conta Pedro Paulo.
A dor nas costas está levando cada vez mais brasileiros a buscar ajuda médica. Nos últimos cinco anos, os atendimentos hospitalares no SUS para esse problema cresceram 37,5%. Os ambulatoriais também aumentaram: 27%. A maioria dos pacientes tinha entre 20 e 59 anos de idade. Houve alta no número de atendimentos em todas as faixas etárias, mas principalmente em pacientes muito jovens, de até 19 anos.
O chefe do grupo de coluna do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo diz que essa é uma queixa frequente.
“É algo que todo mundo tem, teve ou terá, e essa frequência parece estar aumentando por conta de muitas mudanças nos hábitos de vida que a gente tem observado. Queixas relacionadas à coluna têm relação direta com sedentarismo”, afirma o ortopedista Raphael Marcon, chefe do grupo de coluna do Instituto de Ortopedia do HC de SP.
A coluna vertebral sustenta o corpo e permite que ele se movimente. Para funcionar bem, a coluna precisa ser flexível e, ao mesmo tempo, estável - capaz de suportar a cabeça e o tronco. Segundo os médicos, músculos fortes no abdômen e nas costas dão essa estabilidade e ajudam a reduzir as dores. Atividade física é a prescrição mais comum no consultório do ortopedista Raphael Marcon.
“Uma das poucas coisas com provas científicas robustas para se ter menos dor nas costas é a atividade física regular”, diz Raphael Marcon.
Brasileiros cada vez mais jovens buscam ajuda médica para tratar dor nas costas
Jornal Nacional/ Reprodução
A secretária Ana Claudia Grazini Fanucchi recuperou a capacidade de fazer movimentos simples como mexer as pernas. Foram oito meses de crises agudas de coluna até que não teve mais jeito: ela precisou operar.
“Uma dor muito, mas muito forte, de você até perder o fôlego, sabe?”, conta Ana Claudia.
A dor sumiu, mas deixou para trás uma rotina que ela não troca por nada.
Ana Claudia: Isso já é lei, né? Tenho que fazer atividade física. Não posso ficar sem, já me acostumei. Então é com isso que a gente vai levando.
Repórter: Nunca mais vai parar?
Ana Claudia: Não. Pela dor, não.
Para quem fica muito tempo sentado, um conselho simples pode fazer diferença:
“A regra do 30/30: a cada 30 minutos sentado, lembrar de fazer pelo menos 30 segundos de pé. É uma prática simples. O fato de se movimentar alivia essa tensão e essa sobrecarga sobre as estruturas da coluna”, afirma o ortopedista Raphael Marcon.
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